FIT NEWS 16: SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE APOIA ABERTURA DAS ACADEMIAS
Confira nessa edição do FIT NEWS: Estudo aponta que exercícios alteram mais de 1.000 genes que ajudam a prevenir doenças. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte divulga nota afirmando que manter as academias fechadas é um desserviço ao sistema de saúde e apoia sua abertura.
1.
Um estudo recente realizado por pesquisadores do Instituto Karolinska na Suécia e da Universidade de San Diego nos Estado Unidos sugere que vários anos contínuos de prática de exercícios físicos promovem alterações genéticas nos músculos esqueléticos humanos.
O estudo envolveu indivíduos que realizaram treinamentos físicos por pelo menos 15 anos, tanto cardiovascular quanto de musculação.
Os pesquisadores descobriram que a prática regular de exercícios provoca alterações genéticas em mais de 1.000 tipos de genes, tanto em homens quanto em mulheres. Muitos desses genes atuam em vários processos celulares que ajudam a prevenir doenças metabólicas, tais como a diabetes do tipo 2.
Outro achado interessante é a constatação de que mesmo períodos menores de treinamento (6 a 12 meses) já são suficientes para provocar alterações genéticas capazes de afetar positivamente a saúde de pessoas que sofrem de distúrbios metabólicos.
O estudo foi publicado na revista Cell Reports nº 31, de Junho de 2020.
2.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) divulgou no dia 23 de julho de 2020 uma nota oficial que questiona claramente a conduta de muitos municípios de insistirem em manter as academias fechadas.
A nota expõe com clareza a contradição de manter as academias fechadas ao compará-las com outros estabelecimentos – também enquadrados em atividades tidas como “não essenciais” – que já foram liberados mas que carecem de medidas de proteção tão abrangentes quanto àquelas definidas para as academias.
A nota sustenta que o argumento da “aglomeração” não pode ser usado para justificar a permanência das academias fechadas.
Esta é uma posição que eu – Prof. Cleverson Costa – tenho defendido veementemente há várias semanas.
Diz a nota da SBMEE:
“Chama a nossa atenção o fato de, em algumas localidades que estão adotando regras de flexibilização, “academias” permanecerem com proibição de abertura, ao mesmo tempo que setores como bares/restaurantes, shoppings e comércio em geral são gradativamente liberados.
Sem dúvida alguma, há a possibilidade de se criarem indesejáveis aglomerações. Contudo, o controle de identificação, acesso e fluxo dos usuários, além de regras de distanciamento e higienização, em academias, pode ser mais viável e eficiente de se fazer do que em bares/restaurantes, shoppings etc”.
Além disso, a nota destaca ainda que:
“O principal ponto é que a ida a estes locais já liberados não é capaz de trazer benefícios físicos e mentais comparáveis à prática de exercícios”.
E conclui categoricamente:
“Num momento onde, em diferentes localidades, setores não essenciais estão reabrindo, a maioria, senão todos, com mais dificuldades de controle e aplicação de protocolos preventivos, quando comparados às “academias”, a proibição de funcionamento destas se torna um desserviço ao sistema de saúde“.
Apesar do respaldo de entidades técnico-científicas nacionais e internacionais, evidências de estudos acadêmicos e da experiência de outros países que já mostraram que as academias não representam risco adicional à contaminação por COVID-19, muitos representantes do poder público continuam refratários à abertura das academias.
Esses parecem negar a ciência como se estivéssemos na Idade das Trevas e emitem opiniões medievais baseadas num medo irracional, sem fundamentação sólida, contraditório e – finalmente – irresponsável.
Porque – com o argumento de preservar vidas – estão matando uma atividade que promove o bem-estar e a saúde da população!
A nota da SBMEE pode ser lida AQUI